CDS sobe três deputados e celebra "melhor resultado em 28 anos". Portas está pronto para Governo com o PSD, mas mais "balanceado" do que em 2002.
Paulo Portas declarou esta noite a disponibilidade para negociar um governo de coligação com o PSD. "Confirmo a disposição do CDS para construir uma maioria para quatro anos", disse o líder do CDS. Mas deixou desde já o aviso para essa negociação: em 2002, com Durão Barroso, a relação entre o CDS e o PSD era de um para cinco; desta vez, é de mais ou menos um para três. "Essa relação está hoje bastante diferente; isso pode e deve tornar as coisas mais balanceadas", alertou Portas, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas. Traduzindo: o PSD terá de dar mais peso ao CDS "e às políticas que o CDS defendeu".
Por outro lado, Portas chamou a atenção para a saída de cena de José Sócrates e defendeu que "o PSD e o CDS não têm qualquer interesse em crispar relações com o novo PS".
"Aguentámos, crescemos e saímos reforçados"
A noite começou morna, mas acabou melhor, com a confirmação da eleição do sétimo deputado por Lisboa, onde o CDS conquistou mais dois lugares do que em 2009. No total, Portas vê o grupo parlamentar subir de 21 para 24 deputados - para além de mais dois em Lisboa, conseguiu mais um em Setúbal. Apesar de tudo, ficou muito longe do crescimento que chegou a ser imaginado, para 28 ou 30 deputados. O que poderá explicar o ambiente de frustração que os militantes centristas não conseguiam disfarçar ao longo da noite.
Portas realçou o peso dpo voto urbano no crescimento do CDS, frisando "os extraordinários resultados eleitorais em círculos como Lisboa e Setúbal". Lisboa é, aliás, o círculo onde o CDS consegue o melhor resultado de todo o País - 14%, dois pontos acima da média nacional. Outra nota sublinhada por Portas foi o crescimento do CDs nas mesas dos novos eleitores.
"Não quero nenhuma euforia"
O líder do CDS admitiu que o voto útil teve peso e terá impedido mesmo a eleição de alguns deputados - são os casos dos círculos de Aveiro, Leiria e Açores. Mas preferiu enfatizar outro dado: "O CDS e o PSD cresceram na mesma eleição". Ou seja, o crescimento do não implicou o recuo do CDS. "Aguentámos, crescemos e saímos reforçados desta eleição."
Quando no PSD já se aqueciam os motores para a festa de rua, Portas fez questão de frisar a diferença em relação ao futuro parceiro de coligação. "Respeitem o ambiente do País, respeitem as dificuldades das pessoas. Não quero nenhuma euforia, amanhã é dia de trabalho e é de trabalho que Portugal precisa."
fonte:http://aeiou.expresso.pt/