Jerónimo: "é inevitável a luta"
Houve uma "inequívoca consagração" da CDU, mas "obviamente a direita alcançou o poder", disse o secretário-geral do PCP na conferência de imprensa marcada para analisar os resultados eleitorais.
Com mais votos e mais um deputado - eleito por Faro - a CDU está satisfeita. Mas já marcou a agenda do futuro próximo: a contestação do acordo assinado com a troika, no Parlamento, e a "luta social" na rua.
"A luta social não se vai dar por decreto pelo PCP", disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas, que acha que "é na vida concreta dos portugueses" que se vão sentir os efeitos do crise e "partirá das próprias pessoas" a contestação social. "É inevitável a luta", disse, considerando que "não é preciso ser profeta para dizer que essa luta se desenvolverá". Certo "é que a CDU estará junto do povo e dos trabalhadores", acrescenta.
Com sala cheia e um calor insuportável, Jerónimo mostrou-se confiante. Elogiou o resultado eleitoral da CDU, considerando que "foi arrancado a pulso", depois de uma dura campanha.
O secretário-geral do PCP fugiu habilidosamente a duas questões dos jornalistas: se esta seria a sua última campanha como líder comunista ou se sentia uma particular satisfação em ter regressado ao quarto lugar no ranking dos partidos parlamentares, ultrapassando o Bloco de Esquerda. "A generalidade da Comunicação Social nunca compreendeu este partido", disse.
A CDU elegeu 16 deputados - mais um do que em 2009. Paulo Sá foi o deputado eleito por Faro, 20 anos depois de idêntica proeza ter sido alcançada por Carlos Brito. A redistribuição dos círculos eleitorais, que deu a Faro a eleição de mais um deputado, associada a um acréscimo eleitoral da CDU explica este fenómeno.
fonte:http://aeiou.expresso.pt/